Quando a vida aponta o caminho

Antes mesmo do câncer, eu já estava há alguns anos focada na gestão. Sempre gostei de organizar, planejar e estruturar meu trabalho de forma mais estratégica.

Mas, depois do meu tratamento oncológico, algo dentro de mim despertou uma vontade imensa de voltar para a assistência. Sentia que precisava estar mais próxima dos clientes, retomar o contato direto, usar minhas mãos para transformar e cuidar.

Voltei com essa intenção. Mas, aos poucos, comecei a perceber um movimento curioso: tudo parecia conspirar para que eu retomasse a gestão. Situações inesperadas, oportunidades, demandas que exigiam que eu assumisse um papel mais estratégico. E, por mais que eu quisesse resistir, comecei a entender que talvez esse fosse mesmo o meu caminho.

A transição não é fácil. Ainda me vejo dividida entre a vontade de estar ali, na prática, e a necessidade de estruturar algo maior.

Mas hoje, em vez de lutar contra isso, estou aprendendo a aceitar e me adaptar. Talvez o equilíbrio esteja justamente em unir as duas coisas — manter a essência do meu trabalho na assistência, mas sem ignorar o papel que a gestão tem no meu crescimento.

Se tem uma coisa que aprendi ao longo dos últimos anos, é que a vida sempre encontra um jeito de nos direcionar. E agora, estou escolhendo escutar.

Juliana

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